Café Literário

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cordel - Dom Casmurro




 Meus leitores queridos             
Agora vamos contar
A história de Bentinho
E vocês vão adorar                              
Com seu jeito acanhado                         
De Dom Casmurro apelidado        
Por não gostar de conversar.


Uma menina audaciosa
A Bentinho encantou
Seu nome era Capitu
Ele por ela tinha amor
Mas sua vida foi prometida                          
Pela sua mãe querida
À Igreja e ao Senhor.


"Essa promessa maldita
impediu o nosso amor"
Disse Capitu a Bentinho
Depois que ele a beijou
Foi um beijo prolongado
Que o deixou assustado
E também mais apaixonado.


Embora contrariado
Com o coração magoado
À promessa teve que cumprir
Ia tornar-se reverendo
E à Igreja servir
Então entrou no seminário
Porém não consegui concluir.


Chegando ao seminário
Conheceu a Escobar
E uma grande amizade
Entre eles aconteceu
Então Bentinho revelou
Não querer servir ao Senhor
Porque tinha um grande amor.


Medicina ou Direito?
Não importa a opção
O que ele queria mesmo
Era encontrar um jeito
E resolver a situação
Com um plano de Escobar
Surge então a solução.


Assim tudo entrou no jeito
E formado em Direito
Com Capitu foi viver
Em tempos de harmonia
Ezequiel veio a nascer
Ficaram muito felizes
vendo seu filho crescer.


Sancha e Escobar
Capitu e Bentinho
Quatro amigos "enlaçados"
Dois casais apaixonados
Que conviviam bem juntinhos
Mas por obra do destino
Separados foram os caminhos.


A morte levou consigo
O grande amigo querido
E Capitu ficou a chorar
Bentinho desconfiado
Então foi observar
A semelhança existente
Entre o seu filho e Escobar.


Essa grande desconfiança
Sua mente veio  perturbar
E assim uma decisão
veio logo a tomar
Mandou Capitu à Europa,
O país não nos impota,
Para seu filho criar.


Passado algum tempo,
Após a morte de Capitu,
Ezequiel moço voltou
E encontrou com seu pai
Cheio de solidão e rancor
Pois  tinha quase certeza
Sobre a traição do seu amor.


Machado em sua obra
Só confundiu o leitor
Capitu traiu Bentinho?
Foi a dúvida que ficou
E ela nunca vai sair
Pois ninguém vai descobrir
Sem consultar o leitor.


Agora queridos leitores
Muitíssimo obrigado
Pela vossa atenção
Nos desculpe a grande dúvida
Mas não temos solução
Leiam o romance D. Casmurro
E cheguem vocês a uma conclusão.


Trabalho realizado pelas alunas Lorena , Géssica, Priscila do segundo ano do Ensino médio do Colégio Mandinho Almeida.



























quarta-feira, 27 de junho de 2012

Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!
Cecília Meireles

terça-feira, 26 de junho de 2012

Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe um grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galos,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã,toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se enleva por si: luz, balão.

Tecendo a manhã,
de João Cabral de Melo Neto.